quarta-feira, abril 02, 2008

Desafio da pág. 161

"The music therapist plays a simple repeated note as an accompaniment during the whole improvasation (one note in the middle register of the piano)."

A Comprehensive Guide to Music Therapy, by Tony Wigram, Inge Nyagaard Pedersen and Lars Ole Bonde


Este excerto é a resposta a um desafio lançado por uma amiga: 'desafio da página 161', cujas regras são:

1. Pegar no livro mais próximo

2. Abri-lo na página 161

3. Procurar a 5ª frase completa

4. Colocar a frase no blog

5. Não vale procurar o melhor livro que têm, usem o mais próximo

6. Passar o desafio.

Passo o desafio a:
lendaselegendas.blogspot.com

terça-feira, abril 01, 2008

Baleias


Ontem estive na praia.

Passeava a beira-mar, observava os banhistas nas suas actividades.

Do mar, apareceu uma enorme baleia, negra, com boca e bigodes de peixe, num potente salto, em direccao a costa.

Nao tive medo. A baleia caiu na areia e, de imediato, a multidao tentava ajuda-la a voltar para o mar, sem sucesso.

Outra baleia entao surgiu, outro salto. Na direccao errada, baleias, voltem para o mar!

A multidao logo parou os seus esforcos, ao deparar-se com o cenário de cerca de 15 baleias em voos para a areia.

Só eu conseguia ver as manchas negras a aproximarem-se e avisava os banhistas para se afastarem.

Quando o grupo de baleias se encontrou completo na costa é que me apercebi- aqueles eram os meus amigos, humanos de carne e osso, que tinham partido para outros cantos do mundo-a aventura, para estudar, para mudar de ares...,- vestidos de baleias.
Mas nao era bem um fato, era uma pele.
Eles eram baleias no mar e pessoas na terra-um pouco como a pequena-sereia.

Sabia onde os encontrar.
Deixei os banhistas e as carcacas de baleia na praia e fui ter a uma casa de madeira verde.

Lá estavam os meus amigos e soube mesmo bem...
Conversámos.
Perguntei-lhes o que faziam na praia e a El (que mora comigo) disse-me que se tinham perdido e decidiram parar por ali.
Perguntei-lhes porque tinham partido.
Um por um, deram-me as suas razoes.

Mas já estava na hora de regressarem ao mar.
Cada um deles depositou nas minhas maos pedacos de tecido, convites para as suas últimas aparicoes, datadas para muitos e nuitos anos por vir.
Cada um deles tinha uma data diferente.
Seriam as suas ultimas aparicoes em vida.

Voltámos a praia, ainda cheia de banhistas, mas dirigimo-nos para um lugar sossegado, perto das rochas.
E, de novo, um por um, despediram-se de mim, subiram a uma rocha e mergulharam para desaparecer como manchas negras no mar-eram baleias novamente.
A el ficou para último, nao gosta de despedidas.
Senti-me um pouco triste-e uma pontinha de inveja.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

quinta-feira, junho 29, 2006

Chris

O Chris nunca foi ao circo. Nunca viu palhacos a mistura de cheiro a cavalo e a algodao doce.

O Chris nunca comeu sardinhas frescas. Nao sabe como tirar as espinhas, nem a que sabe a carne das mesmas.

O Chris nunca andou numa montanha-russa. Nunca se sentiu morrer na proxima descida nem gritou com todas as suas forcas.

O Chris nao gosta de azeitonas. O Chris nao fala quando come. O Chris sorri com os olhos e tem a barba ruiva. O Chris acha muita piada aos pombos e tem jeito para contar historias. O Chris chega sempre atrasado. O Chris sabe o que quer. O Chris, as vezes, cheira "a espanhol". O Chris vai para Italia e vai deixar-me muito sozinha...


O Chris faz anos no Domingo.

terça-feira, abril 11, 2006

O Rei vai Nu!

Pois ha' muito que por ca' nao passava...
Hoje, acordei com esta letra na cabeca:

"E viva o dia em que ja' nao precisas de Reis, nem Gurus, nem Frase-Chave, nem Divisas...
O dia em que ja' nao precisas de Reis, nem Papas, nem Profetas nem Profetizas.
Hey, que' do Rei? O Rei foi-se. O Rei vai nu. Viva eu. Viva tu!"

Sergio Godinho

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Ha' Coisas Que Nao Mudam

Isto ha coisas...
Estava a espera do metro, numa fria manha de Domingo, a caminho da feira e de horas na agradavel busca de pequenos tesouros, quando reparei na inscricao na parede- qual "CARINA (Bairro da Serafina) LOVE'S [o apostrofo! O maldito apostrofo!] RATINHO (Chelas)" na paragem do 18 para Campo de Ourique. Isto acompanhado de um "4ever" ou "amor eterno" ou "amor sem fim" ou uma data de iniciais indecifraveis.
Nao resisti...

sábado, novembro 26, 2005

A Traicao de Lisboa

Fechada, de repente, na caixinha dos pensamentos. Sem vontade nem capacidade de fuga, balbuciava respostas ao acaso: "Nao, sem queijo", "sao 10.30", "sim, vamos jantar". Sem saber porque, mas uma especie de tristeza...
Centenas de vezes palmilhei a rua Garrett. Quando trabalhava na Livraria, nas curtas horas de almoco, nao escapava ora um pastel de nata na Brasileira, ora uma espreitadela na Fnac. Admirava os cuspidores de fogo e os reflexos imaginarios inevitaveis a uma sofredora de astigmatismo, parava para ouvir os musicos de rua, olhava as vitrines, encontrava conhecidos ou, simplesmente, subia ou descia a rua numa especie de encantamento, distraida, no meu mundo... Em nenhuma dessas passagens reparei no patio interior. Um patio rodeado por predios de arquitectura moderna. Branco. Vazio. E uma torre de uma Igreja que destoa e intriga, ja que a sua existencia (a da Igreja) nao e' obvia. Embaraco... A Lisboa onde cresci e que tanto me inspira... Como e' que ainda nao tinha reparado?
Lisboa reserva surpresas e segredos que os meus olhos estao a comecar a aprender a procurar. Ate me refinar nessa arte, conto com os de Ignacio...