sábado, novembro 26, 2005

A Traicao de Lisboa

Fechada, de repente, na caixinha dos pensamentos. Sem vontade nem capacidade de fuga, balbuciava respostas ao acaso: "Nao, sem queijo", "sao 10.30", "sim, vamos jantar". Sem saber porque, mas uma especie de tristeza...
Centenas de vezes palmilhei a rua Garrett. Quando trabalhava na Livraria, nas curtas horas de almoco, nao escapava ora um pastel de nata na Brasileira, ora uma espreitadela na Fnac. Admirava os cuspidores de fogo e os reflexos imaginarios inevitaveis a uma sofredora de astigmatismo, parava para ouvir os musicos de rua, olhava as vitrines, encontrava conhecidos ou, simplesmente, subia ou descia a rua numa especie de encantamento, distraida, no meu mundo... Em nenhuma dessas passagens reparei no patio interior. Um patio rodeado por predios de arquitectura moderna. Branco. Vazio. E uma torre de uma Igreja que destoa e intriga, ja que a sua existencia (a da Igreja) nao e' obvia. Embaraco... A Lisboa onde cresci e que tanto me inspira... Como e' que ainda nao tinha reparado?
Lisboa reserva surpresas e segredos que os meus olhos estao a comecar a aprender a procurar. Ate me refinar nessa arte, conto com os de Ignacio...

1 comentário:

Nikas Nana disse...

Foi preciso vires cá para ver que lisboa tinha mudado...;)